MEDITAÇÃO DIÁRIA
Esta é uma meditação realizada por uma boa parte dos grupos que fazem Sintergética no mundo.
Propomo-la em Dádiva como prática de alinhamento diário, não porque seja a melhor forma de meditação, mas porque é uma forma de entrar em ressonância, unirmos e formarmos um vórtice de consciência grupal.
Fechar os olhos, descruzar os pés ou pernas, deixar as mãos cair livremente. A coluna recta sem forçar. Colocar-se numa posição cómoda. E elevamos a nossa consciência com um sentimento de gratidão a todo o nosso corpo.
Saudamos, tomamos consciência de cada parte do nosso corpo. Iniciamos pelos pés, movemos ligeiramente os dedos, sentimos a planta dos pés em contacto com as meias, a temperatura, a vibração.
Sentimos uma corrente de amor, de gratidão e leveza. E vamos subindo pelos membros inferiores até aos joelhos, relaxando, sentimos. De seguida subimos através dos músculos até às ancas, a zona do coxis, o esfíncter anal, subindo ao longo da coluna vertebral. Visualizamos o relaxamento da musculatura abdominal, do diafragma. Respiramos livremente, profundamente, pausadamente. Tomamos consciência da musculatura toráxica, soltando-nos, relaxando, sentimos. Subimos à cintura, toda a zona dos ombros. Sentimos os ombros, deixamos que descontraíam, livremente. Os braços, os antebraços, as mãos. Sentimos a palma das mãos, os dedos das mãos, relaxamos.
Subimos pelo pescoço, movemos ligeiramente o pescoço, centramos a cabeça, sentimos, relaxando. Tomamos consciência do couro cabeludo, do rosto. Sentimos toda a musculatura facial, deixamos descontrair as palpebras. Esboçamos um sorriso interior. Tomamos consciência da nossa respiração. Observamos a respiração. Sentimos que a nossa respiração é profunda, abdominal, lenta, ritmica, pausada.
Projectamos a nossa consciência para o rosto, visualizando um ponto de luz entre as duas sobrancelhas, como uma centelha, uma chama ou um pequeno Sol entre as sobrancelhas.
Enquanto o visualizamos, repetimos OM mentalmente, a palavra da alma Ishbara, a palavra do Mestre Interior, o Amén, o Assim seja, o OM.
Projectamos esse ponto de luz até ao horizonte. Visualizamos no horizonte um sol nascente, um sol de cor laranja, símbolo da luz da alma que desponta no horizonte da vida, é a alma que em nós se levanta.
Imaginamos que estamos à beira de um oceano de luz, os raios do sol reflectem-se sobre o oceano, a terra simboliza o corpo físico, o oceano com as águas calmas, simboliza o nosso campo emocional. O céu sobre nós é o símbolo do campo da consciência mental.
Todo nosso campo físico e nosso campo de energia ilumina todo nosso campo de consciência emocional, que clarifica toda a nossa consciência mental.
Visualizamos como se pudéssemos resolver, através da luz da alma, a confusão ao nível do corpo físico a que chamamos Maya, a confusão com os nossos desejos, e nossos apegos e o prazer a que chamamos miragem, e a confusão do orgulho a que chamamos a ilusão, e assim permitimos que a luz penetre e torne coesos os nossos campos de consciência física, emocional e mental.
Sentimos que estamos na luz. Projectamos essa luz no nosso interior, no centro da cabeça, como se agora o sol nascesse no nosso interior, no local da glândula pineal, o ponto de ancoragem da grande corrente da vida que vem da alma.
Como um sol nascente no interior, os raios inundam todo o céu neuronal, como se o firmamento estivesse agora por dentro e o firmamento fosse no nosso interior.
A luz está em nós.
Visualizamos a conexão da luz interior através da espinal-medula e o canal central unindo a cabeça e o coração. Inundando o nosso coração de luz.
Sentimos o coração como uma chama de amor viva, como o fogo consumidor de Deus que inunda de luz todo o nosso corpo, sentimos que somos luz.
Milhares de canais de luz percorrem todo o nosso corpo através das artérias, das veias, dos nervos e de todos os pequenos canais delicados que chamamos nadis.
Todas essas correntes de luz cruzam-se, se entrecruzam ao nível dos altares do templo interior no centro do corpo, nos chacras. Desejamos que a luz penetre no templo. O grande ritual do amor da alma pode-se celebrar no nosso interior.
Subimos agora até ao nosso coração, projectamos a luz do coração à cabeça e visualizamos a alma no seu zenite, sobre nós, como um sol que ilumina os quatro pontos cardiais, símbolo da nossa personalidade, o corpo físico, o corpo emocional, o corpo mental e a nossa personalidade integrada são o quaternário agora iluminado pela alma.
Ascendemos a alma, a esse sol no seu zenite. Sentimos que somos o amor, a luz e a vontade da alma. Descemos desde a alma ao coração e na ascenção repetimos mentalmente “Eu Sou a Alma” e na descida, “A Alma Sou Eu”. E deixamos que a alma tome posse do seu instrumento, o corpo.
Na ascensão “Eu Sou a Alma” e na descida, “A Alma Sou Eu”.
Visualizamos a radiação da alma encher de luz o nosso campo de consciência mental e torná-lo radioactivo. O nosso campo de consciência emocional e torná-lo puro. O nosso campo de consciência físico permite a circulação dessa energia sutil do prana que, a cada instante nutre o nosso corpo.
E enquanto visualizamos vamos repetindo todos em voz alta:
Mais radiante que o sol,
Mais puro que a neve,
Mais sutil que o éter
É o espirito que vive em mim.
Eu Sou esse espírito,
E esse espirito Sou Eu.
Agora unimos as mãos, pelas mãos. Os que estão sós põem as mãos simplesmente no coração, os que estão nos extremos põem uma mão sobre o coração.
Sentimos que as mãos não nos separam, agora integram-nos, que são a continuidade do nosso corpo como um rio de consciência de luz e de amor que vai percorrendo desde o nosso coração, através das nossas mãos, que forma uma só corrente vida, uma corrente de uma só humanidade. Implicamo-nos com esse estado de consciência que chamamos a Humanidade, a de todas as épocas, a do passado, a de agora, a do futuro, todas as civilizações, todas as culturas como um fluxo de ondas da civilização passando-a através do nosso coração, das nossas mãos e fazendo-os sentir que somos uma só, células de um só corpo, Humanidade, faíscas de uma só chama, gotas de um oceano de luz. Antena da consciência da terra, Humanidade. Enquanto nos sentimos assim, unidos de coração, sentindo que somos uma só Humanidade, vamos repetir:
Todos os seres humanos são um e
Eu Sou um com eles.
Procuro amar e não odiar.
Procuro servir e não ser servido.
Procuro curar e não ferir.
Que a dor traga a devida recompensa de luz e amor.
Que a alma controle a forma externa,
A vida e todos os acontecimentos e traga à luz o Amor.
Que venham a visão e a revelação internas,
Que o futuro seja revelado, que a unidade interna seja demonstrada,
Que cessem as divisões externas,
Que se consolide o amor, que todos os seres humanos se amem.
Agora levamos as mãos ao coração, cruzamos as mãos sobre o coração. Sentimos essa luz da Humanidade em nós. Como se fossem discípulos de um mestre Cristo interior a alma em nós, vamos assumir o compromisso dos discípulos da alma, dizemos:
Comprometo-me solenemente a cumprir a minha parte,
Com a firme decisão e decidida aspiração,
Olhar para cima e ajudar em baixo,
Não sonhar nem descansar,
Trabalhar, servir, orar,
Ascender à cruz da consciência e andar pelo caminho.
Esquecer o trabalho realizado,
Passar sobre mim o vencido,
Renunciar a toda a recompensa,
E ir mais além do prazer e da dor,
Encontrar a paz e o Amor da Alma.
Levamos a mente firme à luz do rosto, tomamos consciência da nossa respiração. Respiramos três vezes profundamente, expulsando todo o ar. Na última respiração, durante a inspiração levantamos os braços, levamos os braços atrás, esticando o corpo. Expiramos, conectando-nos com o nosso ambiente em redor.
Dr. Jorge Carvajal
(Traduzido por Helena Serôdio)