"O medo é a prisão do teu coração"
Anónimo
Analisando esta actual crise de um modo diferente, dos actuais números e prognósticos, esta crise pandémica poderá ser vista num olhar diferente. E neste sentido, poderemos dizer que não estará desligada do que acontece mundialmente à raça humana. Se analisarmos outras incidências graves de doenças, podemos observar um aumento progressivo de vários tipos de cancro como o do cólon, da próstata, do pulmão e da mama. Todos eles estão, de alguma forma, ligados à energia de pulmão (seguindo a medicina tradicional chinesa). E a energia de pulmão lida com tristeza. Desta forma, observamos que a maior infecção deste micro-organismo (Covid-19) é a nível pulmonar. O que nos leva a pensar que, provavelmente a humanidade está a vibrar numa frequência triste, e que talvez seja o tempo de resgatar a alegria e a nossa música interior, um outro colorido emocional e vibratório.
Observando por outro lado, é curioso analisar que a população menos afectada pela inflamação são as crianças, que portadoras de uma alegria inata e contagiante, e apesar de poderem ser infectadas, não são as que mais sofrem das complicações do vírus.
Se olharmos ao nível planetário, também a Terra sofreu nos últimos tempos de graves afecções pulmonares (incêndios devastantes, perdas significativas de pulmões geográficos por corte de árvores, aumento da poluição atmosférica). Poderemos simbolizar aqui também essa "tristeza da Terra", e a necessidade de encontrarmos outros meios mais saudáveis de preservarmos a nossa casa global, uma Terra mais limpa, mais saudável.
Esperemos que, com esta experiência global vivida, se desenvolva na Humanidade a consciência da necessidade de procurar e desenvolver novos caminhos, novos hábitos, mais responsabilidade ecológica. Também em termos sociais, assistimos a um desenvolvimento de uma Consciência Colectiva que assenta em valores como de Solidariedade, responsabilidade pelos outros, uma maior responsabilidade e cuidado pela nossa casa (e desta forma uma melhor gestão do auto-cuidado).
Torna-se importante e urgente, deslocar a nossa atenção e foco de sentimentos em que a frequência vibratória se eleva deixando as "águas profundas e lodosas" do ódio, raiva e ressentimento, para experiências de aceitação, compaixão e amizade ao outro. Mas, acima de tudo, ser capaz de enfrentar os nossos receios, os nossos medos, reconhecendo-os a aceitando-os. "Só podemos mudar depois de aceitar".
E assim, de repente, ficamos numa situação extremamente vulnerável e frágil. E apesar de todas as grandes construções e criações humanas, senti-mo-nos impotentes e vulneráveis perante uma partícula tão pequena, invisível ao olhar, mas ameaçadora da nossa segurança.
Para alguns de nós, esta clausura forçada em casa, impacta na sua noção de liberdade e livre escolha, que muitos apelidam de "castigo".
Talvez esta possa ser uma excelente oportunidade para interiorizar-mos-nos e observar-mo-nos, na procura de sinais de mudança. O que temos vindo a negligenciar em nós, que precisa de ser mudado? Certamente seremos capazes de descobrir muitas pequenas coisas que podem ser mudadas, e são essas pequenas coisas que podem criar a "grande" mudança em nós.
O que podes mudar nos teus hábitos de auto-cuidado? O que podes alterar na relação com o teu (tua) parceiro(a)? E na relação com os filhos, o que precisas mudar?
Se antes, tínhamos pouco tempo, pois sempre havia coisas mais importantes para fazer, hoje em dia há tempo para fazer aquelas pequenas coisas que foram sendo adiadas.
Se olhar-mos ao nível da Humanidade, quebraram-se as barreiras de raça ou cor, ou nacionalidade, para descobrirmos que temos que pensar em cuidar de todos, sem distinção, e com isso finalmente percebermos que estamos interligados para sempre. Fazemos parte de um todo comum, e somos todos responsáveis por esse Todo.
Então agora poderemos pensar que nota individual poderemos acrescentar a esse todo? Que possa contribuir para essa sinfonia da Vida? Mas que ressoe vinda do coração, partilhada a partir do nosso coração,contribuindo para iluminar e acalentar o coração dos outros. Será uma Honra participar nessa Partitura Colectiva, nessa expressão de afecto e amor pelo outro.
Pára de fugir. É tempo de olhar para dentro para nos projectarmos no exterior, percebendo que o tempo é sagrado e que não podemos adiar o inadiável:
exprimir aquilo de que temos estado em silêncio, os sentimentos de apreço e valor pelo que nos rodeia e por aqueles que tornam o nosso dia-a-dia mais agradável. Recuperar os espaços, mas para a reunião, não para a ausência. Utilizar os recursos de forma racional e para além dos nossos próprios interesses. Compreender que há muitos que têm sido menos favorecidos, mas não por essa razão, com menos talentos. Acordar de uma vez por todas para a compaixão a fim de poder mover-se com o outro. Renunciar à pequena ofensa, para nos encontrarmos em reconciliação e perdão. Para curar o coração e aceitar humildemente reconhecer os nossos erros.
Faça música novamente com cada palavra para que a ode à alegria seja mais contagiosa do que o vírus. Reconquistar as pausas para amortizar a pressa e assim poder contemplar a paisagem que temos de cuidar. Dirigindo o nosso olhar para tudo o que representa a cor para nos derreter em tons intensos que nos permitam desfrutar de cada momento como o melhor. Empreender com tenacidade a construção de um mundo em que as virtudes prevaleçam e as capacidades postas ao serviço se expandam mais do que a competição e a rivalidade. Colocar um raio de luz que brota espontaneamente da nossa pureza e inocência interiores, de modo que muitos faróis possam ser vistos ao longe. Utiliza a tua luz para iluminar caminhos!
Para mais informação, contacte-nos através de email:
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Ana Paulico
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